sexta-feira, 25 de março de 2011

Anorexia Nervosa

              A anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por uma busca implacável pela magreza, associada ao medo intenso de ganhar peso. O distúrbio se desenvolve através da adoção de dietas grave e progressivamente restritivas, resultando em um emagrecimento extremo. Anoréxicas, em geral, apresentam uma alteração da percepção corporal , parecendo não ter clareza do seu real estado de magreza. Depressão, ansiedade, irritabilidade, isolamento social e desenvolvimento de estratégias para perda de peso (como vômitos, jejuns e excesso de atividades físicas) também são frequentemente encontrados na doença.


              Não existe uma causa determinada para a anorexia, sendo sua etiologia multifatorial. Acredita-se, entretanto, que a supervalorização da magreza na sociedade contemporânea seja um dos principais responsáveis pelo aumento da prevalência e incidência do transtorno.  Observa-se, ainda, que este acomete, em 90% dos casos, mulheres adolescentes e adultas jovens.
              São inúmeras as complicações resultantes do transtorno e, dentre elas, destacam-se as orgânicas como desnutrição, desidratação, hipotensão, anemia, redução da massa muscular, intolerância ao frio, amenorreia (parada do ciclo menstrual), bradicardia (etc) e, em alguns casos, infertilidade e morte.
              Como existe uma intensa interação entre problemas emocionais e fisiológicos, o tratamento costuma ser demorado e difícil e deve ser efetuado por um equipe multiprofissional. Para tal é, ainda, crucial a adesão do paciente que precisa, antes de mais nada, admitir que está doente. Ao contrário do que muitos pensam, a anorexia é muito mais que um distúrbio resultante de preocupações estéticas. Trata-se de uma doença grave e com consequências, muitas vezes, irreversíveis ou letais.

terça-feira, 15 de março de 2011

Transtornos alimentares

Falar de transtornos alimentares virou moda na atualidade. Todo mundo opina um pouco, mas apenas uma minoria compreende as reais proporções do problema. Ao contrário do que muitos pensam, não se tratam simplesmente de doenças da modernidade resultantes de preocupações estéticas. Estas são, na verdade, psicopatologias de etiologia extremamente complexa e cujos relatos datam desde antes da Idade Média. É cabível dizer, entretanto, que a supervalorização da magreza e da beleza são fatores determinantes para o crescente aumento da incidência de tais desordens.
Dentre os principais tipos de transtornos alimentares a anorexia, a bulimia e a compulsão alimentar são, inquestionavelmente, os mais populares e não é surpresa para ninguém sua prevalência em meio ao publico feminino. Tais distúrbios resultam da combinação de diversos fatores extrínsecos e intrínsecos como: histórico familiar, tendências genéticas, baixa autoestima, ansiedade, bulling, relação distorcida com a comida e inúmeros outros que variam de pessoa para pessoa.
Vale lembrar que transtornos alimentares são doenças sérias cujas complicações podem levar a diversas alterações orgânicas e, até mesmo, morte. Por essa razão, é de suma importância que sejam identificados e tratados o mais cedo possível.



Os próximos posts abordarão as características dos principais tipos de transtornos alimentares. Aguardem!


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sexta-feira, 4 de março de 2011

Diabetes é tudo igual?

Mudam-se os tempos, mudam-se os hábitos. É inquestionável que vivemos um período de transição tanto epidemiológica quanto nutricional. Em meio a era dos fast foods e do sedentarismo observa-se, ainda, maior prevalência de doenças crônicas como obesidade, hipertensão e diabetes. Nesses quesitos todo mundo sabe um pouco, mas ainda sim existe muita confusão no que diz respeito a certos conceitos básicos.
Quando falamos em diabetes o que vem à mente é um indivíduo gordo que não pode comer doce. Essa é uma concepção um tanto quanto equivocada, afinal, a doença é classificada em mais de um tipo. É interessante saber, por exemplo, que o diabetes insípidus não tem nada haver com o açúcar, uma vez que está associado à produção, liberação ou absorção de ADH (conhecido como hormônio antidiurético e associado à concentração urinária). O diabetes mellitus, por sua vez, está sim diretamente relacionado à glicemia (taxa de açúcar no sangue) mas é subdividido em três diferentes tipos... e é aí que muita gente faz confusão.
O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença auto-imune em que o próprio organismo destrói as ilhotas de langerhans do indivíduo, estas são as células pancreáticas responsáveis pela liberação de insulina (hormônio que, dentre outras funções, mantem a glicemia adequada). Este tipo aparece, em geral, na infância ou adolescência e os portadores são insulino-dependentes, aplicando diariamente injeções de insulina, uma vez que não a produzem adequadamente.
O diabetes mellitus tipo 2 é o tipo mais conhecido, aparece principalmente em adultos e idosos e está diretamente relacionado com a obesidade, hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. Seus portadores produzem a insulina, mas os receptores celulares para o hormônio não funcionam adequadamente, seja pelo excesso de gordura corporal, o desgaste a longo prazo ou etc... Sendo assim, de uma maneira geral, o problema não está na produção e sim na utilização da insulina. O tratamento da doença acaba sendo mais “simples” e, muitas vezes, uma mudança no estilo de vida é o suficiente para controlar a glicemia e evitar complicações.
O diabetes mellitus gestacional é uma condição transitória, sendo desenvolvida somente durante a gravidez (após a gestação, em geral, o quadro desaparece). Apesar de não ser um estado permanente, a adesão ao tratamento é imprescindível para evitar complicações tanto para a progenitora, quanto para o bebê.
A manutenção de uma glicemia adequada é fundamental, uma vez que taxas elevadas podem levar a cegueira irreversível, problemas renais, alterações cardiovasculares (podendo resultar na amputação de membros), diminuição das taxas de cicatrização e muitas outras coisas. Diabetes é coisa séria e não tem cura, dessa forma o tratamento requer muita disciplina e comprometimento. Apesar dos pesares é possível sim que os portadores levem uma vida normal e saudável, basta investir na alimentação equilibrada e na prática regular de exercícios físicos, tudo isso associado ao tratamento dietoterápico (nutricionista) e medicamentoso (médico). Mudar hábitos é difícil, mas fundamental... viver não tem preço.

Laíza Leite Antonelli  [diabética (tipo 1) a 9 anos]