sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Notícia: nova proteína associada à obesidade é descoberta


­­­­­­Como foi visto no post anterior, a leptina é um hormônio produzido nos adipócitos e responsável pelo aumento do gasto energético e da saciedade, sendo que, a resposta do corpo a ela diminui em pessoas obesas ou com sobrepeso, em decorrência do desenvolvimento de resistência à substância.

A novidade é que uma recente pesquisa publicada no periódico americano Cell Metabolism e realizada, na Austrália, pela Universidade de Monash, com auxílio de colaboradores dos Estados Unidos, identificou uma nova proteína que inibe o hormônio leptina no cérebro. Testes em camundongos revelaram que a mesma torna-se mais abundante com o ganho de peso, aumentando a resistência à leptina e apressando a progressão da obesidade mórbida.



Antes do grupo identificar esta nova proteína inibidora, duas outras já eram conhecidas, constando-se, ainda, que esses três reguladores negativos do hormônio produzem efeitos em diferentes estágios. Tudo isso esclarece um círculo vicioso em que, à medida que a pessoa fica obesa, a resistência à leptina torna o processo de perder peso cada vez mais difícil.

O estudo também mostrou que o ganho de peso foi amplamente evitado em camundongos geneticamente modificados que tiveram dois dos reguladores negativos eliminados do cérebro. A partir daí, os pesquisadores passarão a realizar outros testes para determinar o que acontece quando as três proteínas são neutralizadas, e descobrir se isso é o suficiente para evitar a progressãoda obesidade.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Leptina, o hormônio da obesidade

Ao contrário do que a maioria pensa, o tecido adiposo é muito mais que um depósito de células gordurosas responsável pela estocagem de energia e manutenção da temperatura corporal! Ele exerce uma importantíssima função endócrina, produzindo hormônios como a leptina!


A leptina é um hormônio proteico que age no cérebro inibindo o apetite e estimulando o gasto de energia. Sua concentração varia de acordo com a quantidade de tecido adiposo. Estudos apontam a existência de vários fatores metabólicos e endócrinos que contribuem para regular a transcrição de seus genes em adipócitos, sendo um bom exemplo a constatação da diminuição da concentração sanguínea do hormônio em resposta a baixos níveis de insulina.

Uma de suas ações mais famosas e importantes é o estímulo da síntese cerebral de anorexígenos, responsáveis pela diminuição da ingestão alimentícia em decorrência do estímulo à sensação de saciedade. Outra propriedade interessante é a de alteração do gasto de energia, que se deve à geração de estimulo da norepinefrina (NOR) e da lipólise no tecido adiposo, levando à termogênese.

Diante disso tudo, você deve estar se perguntando o porquê de engordarmos (afinal, quanto mais gordura, mais leptina) e a resposta reside no fato de que o excesso desse hormônio no sangue gera resistência ao mesmo!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Cafeína (Parte II)

Em doses elevadas, a cafeína é tóxica para o sistema vestibular. Pode provocar comprometimento dos sistemas de convergência e acomodação, diminuição dos movimentos sacádicos e disfunção vestibular periférica. Pode, ainda,  causar sinais perceptíveis de confusão mental e indução de erros em tarefas intelectuais, ansiedade, nervosismo, tremores musculares, taquicardia e zumbido. A suspensão súbita da ingestão de cafeína pode levar à abstinência, sendo os sintomas mais comuns: fadiga, ansiedade ou depressão, náuseas, vômitos, cefaléia e diminuição da concentração. Vale ressaltar que a ocorrência de ansiedade com a retirada súbita da cafeína ocorre mesmo em indivíduos que consomem doses baixas dessa substância (50 a 150 mg/dia). Dentre os efeitos adversos destacam-se, também, insônia, cefaleia, irritação gastrointestinal, hemorragia e estimulação da diurese.



No que diz respeito às gestantes, frequentemente, ocorre aversão aos produtos cafeinados, particularmente ao café, no primeiro trimestre de gestação, levando à interrupção ou redução do consumo de cafeína ao longo da gravidez. Desde os anos 70, alguns estudos têm sugerido associação entre o consumo materno de cafeína e desfechos fetais, tais como: redução do crescimento fetal, prematuridade, restrição de crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer, aborto espontâneo e malformações, levando à recomendação para diminuição do consumo de cafeína no período gestacional.

Diante desses fatores, destaca-se a importância de consultar um profissional qualificado antes do consumo efetivo da cafeína. Lembre-se de que as doses e a eficácia variam de indivíduo para indivíduo!

Cafeína (Parte I)

A cafeína é um dos alcaloides com atividade biológica mais ingeridos no planeta. Apesar de não possuir valor nutricional, a substância apresenta ação farmacológica variada provocando, dentre outros efeitos, alterações no sistema nervoso central, sistema cardiovascular e homeostase de cálcio.




Em doses moderadas, mantêm o indivíduo alerta, com uma capacidade intelectual maior e mais constante, favorecendo associação elaborada de ideias e diminuindo o tempo de reação aos estímulos sensoriais.  A cafeína pode, em tese, melhorar o desempenho dos atletas através da mobilização de ácidos graxos livres do tecido adiposo, aumentando o suprimento de gordura ao músculo, economizando glicogênio, melhorando a função neuromuscular e prolongando o tempo de exercício. Atua também melhorando a contratilidade dos músculos cardíacos e esqueléticos e como estimulante do sistema nervoso central, o que beneficia atividades que demandam concentração. Acredita-se, ainda, que possa ajudar na perda de peso, prevenção de fadiga e produção de energia. Segundo alguns estudos, outro efeito seria o de cruzar a barreira hematoencefálica e antagonizar os efeitos da adenosina, resultando em altas concentrações de neurotransmissores estimulatórios, aumentando a vigília e elevando o humor. Vale ressaltar que os efeitos positivos do uso da cafeína podem ser obtidos com a dose entre 3-6 mg/kg.