sexta-feira, 15 de abril de 2011

Binge

O Binge, também conhecido como Transtorno do Comer Compulsivo, é o termo clínico usado para identificar o transtorno alimentar caracterizado pela ingestão de grande quantidade de alimentos em um curto período de tempo. Os episódios de compulsão acontecem, pelo menos, duas vezes na semana, estão associados à sensação de perda de controle e, ao contrário da bulimia,  não são acompanhados por comportamentos compensatórios, como a auto-indução a vômitos, o uso de laxantes, diuréticos e/ou outros.
A perda de controle ao se alimentar vem, em geral, acompanha de sentimentos de ansiedade, culpa, vergonha e angústia. Pacientes com binge  apresentam baixa auto estima e sensação de incompetência ao lidar com o alimento. Grande parte dos obesos apresentam o transtorno e o tratamento requer a atuação conjunta de uma equipe multiprofissional.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bulimia Nervosa

A bulimia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado pela ingestão de grandes quantidades de comida em um curto espaço de tempo. Os quadros de compulsão são seguidos por  métodos compensatórios, como  vômitos auto induzidos, uso de laxantes e diuréticos ou prática extenuante de atividades físicas, e o propósito de sua adoção é evitar o ganho de peso. O diagnóstico requer a ocorrência de episódios bulímicos com uma frequência mínima de duas vezes por semana, por pelo menos três meses.


Diferentemente da anorexia nervosa, na bulimia, em geral, não ocorrem grandes alterações ponderais, o que dificulta a detecção do problema.  Sua prevalência é significativamente maior em mulheres adolescentes ou adultas jovens e a fobia de engordar é o principal motivador do desenvolvimento da doença. Pacientes bulímicas apresentam, em geral, comportamentos alimentares perturbados com padrões de fome e saciedade anormais. Apresentam, ainda, concepções equivocadas sobre conceitos nutricionais e relação de repulsa, ódio e incompetência para lidar com o alimento.

Dentre as diversas complicações provenientes do transtorno, destacam-se: desequilíbrio hidroeletrolítico,  inflamação e lesão da garganta e esôfago, vômitos com sangue, corrosão do esmalte dentário, mau funcionamento renal e cardíaco e alterações de humor, fora os prejuízos sociais. O tratamento requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem nutricional. Vale ressaltar que a Bulimia Nervosa é uma psicopatologia cujo tratamento depende, antes de mais nada, da aceitação e adesão do paciente.


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sexta-feira, 25 de março de 2011

Anorexia Nervosa

              A anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por uma busca implacável pela magreza, associada ao medo intenso de ganhar peso. O distúrbio se desenvolve através da adoção de dietas grave e progressivamente restritivas, resultando em um emagrecimento extremo. Anoréxicas, em geral, apresentam uma alteração da percepção corporal , parecendo não ter clareza do seu real estado de magreza. Depressão, ansiedade, irritabilidade, isolamento social e desenvolvimento de estratégias para perda de peso (como vômitos, jejuns e excesso de atividades físicas) também são frequentemente encontrados na doença.


              Não existe uma causa determinada para a anorexia, sendo sua etiologia multifatorial. Acredita-se, entretanto, que a supervalorização da magreza na sociedade contemporânea seja um dos principais responsáveis pelo aumento da prevalência e incidência do transtorno.  Observa-se, ainda, que este acomete, em 90% dos casos, mulheres adolescentes e adultas jovens.
              São inúmeras as complicações resultantes do transtorno e, dentre elas, destacam-se as orgânicas como desnutrição, desidratação, hipotensão, anemia, redução da massa muscular, intolerância ao frio, amenorreia (parada do ciclo menstrual), bradicardia (etc) e, em alguns casos, infertilidade e morte.
              Como existe uma intensa interação entre problemas emocionais e fisiológicos, o tratamento costuma ser demorado e difícil e deve ser efetuado por um equipe multiprofissional. Para tal é, ainda, crucial a adesão do paciente que precisa, antes de mais nada, admitir que está doente. Ao contrário do que muitos pensam, a anorexia é muito mais que um distúrbio resultante de preocupações estéticas. Trata-se de uma doença grave e com consequências, muitas vezes, irreversíveis ou letais.

terça-feira, 15 de março de 2011

Transtornos alimentares

Falar de transtornos alimentares virou moda na atualidade. Todo mundo opina um pouco, mas apenas uma minoria compreende as reais proporções do problema. Ao contrário do que muitos pensam, não se tratam simplesmente de doenças da modernidade resultantes de preocupações estéticas. Estas são, na verdade, psicopatologias de etiologia extremamente complexa e cujos relatos datam desde antes da Idade Média. É cabível dizer, entretanto, que a supervalorização da magreza e da beleza são fatores determinantes para o crescente aumento da incidência de tais desordens.
Dentre os principais tipos de transtornos alimentares a anorexia, a bulimia e a compulsão alimentar são, inquestionavelmente, os mais populares e não é surpresa para ninguém sua prevalência em meio ao publico feminino. Tais distúrbios resultam da combinação de diversos fatores extrínsecos e intrínsecos como: histórico familiar, tendências genéticas, baixa autoestima, ansiedade, bulling, relação distorcida com a comida e inúmeros outros que variam de pessoa para pessoa.
Vale lembrar que transtornos alimentares são doenças sérias cujas complicações podem levar a diversas alterações orgânicas e, até mesmo, morte. Por essa razão, é de suma importância que sejam identificados e tratados o mais cedo possível.



Os próximos posts abordarão as características dos principais tipos de transtornos alimentares. Aguardem!


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sexta-feira, 4 de março de 2011

Diabetes é tudo igual?

Mudam-se os tempos, mudam-se os hábitos. É inquestionável que vivemos um período de transição tanto epidemiológica quanto nutricional. Em meio a era dos fast foods e do sedentarismo observa-se, ainda, maior prevalência de doenças crônicas como obesidade, hipertensão e diabetes. Nesses quesitos todo mundo sabe um pouco, mas ainda sim existe muita confusão no que diz respeito a certos conceitos básicos.
Quando falamos em diabetes o que vem à mente é um indivíduo gordo que não pode comer doce. Essa é uma concepção um tanto quanto equivocada, afinal, a doença é classificada em mais de um tipo. É interessante saber, por exemplo, que o diabetes insípidus não tem nada haver com o açúcar, uma vez que está associado à produção, liberação ou absorção de ADH (conhecido como hormônio antidiurético e associado à concentração urinária). O diabetes mellitus, por sua vez, está sim diretamente relacionado à glicemia (taxa de açúcar no sangue) mas é subdividido em três diferentes tipos... e é aí que muita gente faz confusão.
O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença auto-imune em que o próprio organismo destrói as ilhotas de langerhans do indivíduo, estas são as células pancreáticas responsáveis pela liberação de insulina (hormônio que, dentre outras funções, mantem a glicemia adequada). Este tipo aparece, em geral, na infância ou adolescência e os portadores são insulino-dependentes, aplicando diariamente injeções de insulina, uma vez que não a produzem adequadamente.
O diabetes mellitus tipo 2 é o tipo mais conhecido, aparece principalmente em adultos e idosos e está diretamente relacionado com a obesidade, hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. Seus portadores produzem a insulina, mas os receptores celulares para o hormônio não funcionam adequadamente, seja pelo excesso de gordura corporal, o desgaste a longo prazo ou etc... Sendo assim, de uma maneira geral, o problema não está na produção e sim na utilização da insulina. O tratamento da doença acaba sendo mais “simples” e, muitas vezes, uma mudança no estilo de vida é o suficiente para controlar a glicemia e evitar complicações.
O diabetes mellitus gestacional é uma condição transitória, sendo desenvolvida somente durante a gravidez (após a gestação, em geral, o quadro desaparece). Apesar de não ser um estado permanente, a adesão ao tratamento é imprescindível para evitar complicações tanto para a progenitora, quanto para o bebê.
A manutenção de uma glicemia adequada é fundamental, uma vez que taxas elevadas podem levar a cegueira irreversível, problemas renais, alterações cardiovasculares (podendo resultar na amputação de membros), diminuição das taxas de cicatrização e muitas outras coisas. Diabetes é coisa séria e não tem cura, dessa forma o tratamento requer muita disciplina e comprometimento. Apesar dos pesares é possível sim que os portadores levem uma vida normal e saudável, basta investir na alimentação equilibrada e na prática regular de exercícios físicos, tudo isso associado ao tratamento dietoterápico (nutricionista) e medicamentoso (médico). Mudar hábitos é difícil, mas fundamental... viver não tem preço.

Laíza Leite Antonelli  [diabética (tipo 1) a 9 anos]

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dietas?

Soluções milagrosas, dietas infalíveis, fórmulas mágicas... quem não quer resultados com o máximo de rapidez e o mínimo de esforço?  “Emagreça 5 quilos em duas semanas”, “10 passos para a barriga chapada”, “Plano infalível para arrasar no verão”... muitas são as promessas e inúmeras as supostas soluções. Todo mês prateleiras são lotadas com revistas e mais revistas  dizendo exatamente aquilo que você quer ouvir, apontando caminhos rápidos, dietas malucas e dicas infundamentadas.
A verdade é que é mais fácil e cômodo acreditar que um belo dia as luzes do céu se acenderão e o grande segredo oculto para ficar gostosa será revelado. Mas não adianta se enganar:  emagrecer, ganhar massa muscular ou modelar o corpo requer  basicamente alimentação e exercício físico adequados.
Seguir coisas como: dieta da água, dieta do vinagre, dieta do óleo de coco, dieta do chá branco, dieta de Jesus, ou similares, está  fadado ao fracasso. Você não precisa morrer de fome ou fazer loucuras para alcançar seus objetivos. Em nutrição dizemos que existem 4 leis básicas para o desenvolvimento de um plano alimentar adequado, saudável e eficaz:

1.      Lei da qualidade: a dieta deve contemplar todos os tipos de macro (carboidratos, proteínas e lipídios) e micronutrientes (vitaminas e minerais);
2.      Lei da quantidade: a quantidade de alimentos ingeridos deve ser o suficiente para suprir as necessidades energéticas e manter o equilíbrio hídrico e eletrolítico do corpo. Sendo assim, tanto excessos quanto restrições podem ser prejudiciais. Vale ressaltar que a demanda de energia varia de um indivíduo para outro , portanto, a quantidade ideal é relativa;
3.      Lei da harmonia: a quantidade de nutrientes ingeridos deve ser proporcionalmente adequada, ou seja, deve haver um equilíbrio, determinado pela maior ou menor necessidade metabólica;
4.      Lei da adequação:  a dieta deve adequar-se ao indivíduo, sendo assim, devem ser considerados fatores como peso, idade, altura, objetivos, situação econômica, preferencias pessoais, rotina e etc., para seu planejamento. Nunca se esqueça de que a dieta é algo individualizado, portanto não adianta seguir a da tia, prima, ou modelo famosa... cada um tem que ter a sua;

Se todas elas forem corretamente consideradas e seguidas, dificilmente os resultados deixarão de ser alcançados... só não se esqueça de ter calma e trabalhar com metas alcançáveis, afinal, sua calça não vai entrar logo na semana que vem. Mudar hábitos e ter auto- controle é extremamente difícil... mas com força de vontade, persistência e paciência, pouco a pouco, chegamos lá!

DICA: Para a elaboração de uma dieta saudável, segura e eficaz ninguém melhor que um nutricionista! Procure já o seu!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Chocolate!


O chocolate é, sem dúvidas, uma das delícias doces mais apreciadas mundo afora. Aliado perfeito da TPM e das mais terríveis fossas, tal alimento é amplamente consumido por pessoas de qualquer  faixa etária, sexo ou etnia. Verdade seja dita: todo mundo ama chocolate! Mas  o que será que explica essa adoração global?

Bem, portador de aroma e sabor inigualáveis, tal derivado do cacau é, ainda, rico em triptofano. Esse aminoácido estimula, no cérebro, a produção de serotonina, um neurotransmissor  que desencadeia a sensação de prazer. Além disso, o chocolate é extremamente rico em teobromina, um fitoquímico de efeito estimulante. Esses fatores associados justificam o poder afrodisíaco a ele atribuído.

Nutricionalmente falando, o chocolate tem componentes interessantes como: alguns minerais (magnésio, manganês e potássio), vitaminas do complexo B e ácido oleico (um tipo de gordura insaturada que auxilia na redução do colesterol). Este é, ainda, rico em compostos flavonóides, como catequinas, epicatequinas e procianidinas, que atuam como antioxidantes.

Vale ressaltar que a composição varia segundo o tipo de chocolate, sendo os mais saudáveis aqueles de sabor amargo, que têm maior concentração de cacau e menor teor de açúcar. E não se esqueça que tais delicias são altamente calóricas, portanto, aprecie sempre com moderação.


CURIOSIDADE: Os chocolates diet são, em sua maioria, mais calóricos que os convencionais. Isso acontece porque, apesar da não adição de açúcar, estes apresentam maior teor de lipídios (gordura).  (CUIDADO para não confundir diet com light)